Inevitavelmente, pensei nos meus próprios últimos relacionamentos. Meu primeiro namoro durou três anos e foi lindo. Um “intensivão” de tudo que um relacionamento pode oferecer, mesmo. Neste primeiro namoro eu fui a que amei mais, a que amou menos, a que se sentia mais segura, a que se sentia menos, enfim. Foi um namoro ótimo e com uma pessoa incrível. Meu segundo namoro, então, foi o melhor namoro do mundo. Não tivemos uma só briga séria em um ano e alguns meses mas, se não fossem alguns textos que fiz para ele, na época, eu provavelmente te diria que “não amei tanto, não” – mesmo que meus próprios textos me digam o contrário. Porém, se você me perguntar qual foi o relacionamento em que eu mais amei, adivinhe só minha resposta: “o último. Porque eu sofri”.
Então quer dizer que amor só é amor se doer?
Não faz sentido.
Carrie Bradshaw, naquele fatídico episódio, o “La Douler Exquise“, coloca uma grande questão em pauta que, se me permite, vou transcrever:
“Nos relacionamentos amorosos, há sempre uma linha tênue entre dor e prazer.
Acredita-se que uma relação sem dor não vale a pena.
Para alguns, não há crescimento sem dor.
Mas onde acabam essas dores e onde começam as de sofrimento?
Somos masoquistas ou otimistas insistindo em andar nessa linha?
Em um relacionamento, como podemos saber qual é o limite?”
Quando foi que aprendemos que uma relação precisa, necessariamente, de sofrimento para ter valido a pena? Na minha não-tão-experiente opinião, eu acredito que nos apegamos aos relacionamentos que nos fizeram sofrer porque a dor, nestes casos, é física e, sendo assim, faz com que lembrar dela seja mais fácil. Pense comigo, você se lembra qual foi a última vez em que esteve feliz? Se não for algo extraordinário, com certeza sua resposta será que não, não se lembra. É muito mais fácil nos lembrarmos das coisas que nos fizeram mal porque, teoricamente, estar bem já é/deveria ser normal. Quando algo foge dessa normalidade, ou seja, nos faz sentir algo diferente, faz com que aquilo fique gravado, de certa forma. Quando é um término de namoro, por exemplo, tende a piorar, já que sabemos que o choro não acaba e a dor no peito custa a passar.
Mas tudo isso, todo esse momento nebuloso que são os términos ou os relacionamentos ruis, não significa que o amor é maior ou mais forte – ou pelo menos, não deveria. O sofrimento é e, infelizmente, tendemos a confundir as duas coisas. Há amor sem sofrimento. Na verdade, amor não tem sofrimento, não. Pode até ter desentendimento, dúvidas, escolhas erradas e vários outros problemas. Mas sofrimento, esse que traz dor de verdade, não tem não.
Se faz doer, não é amor.
Amor é outra coisa.
E vai muito além de qualquer construção social.
(que vai render um outro post).
Mih certíssima como sempre. Se dói, se vc se sente machucada, não é amor. Porque "love is easy". Aliás, essa é a minha música com meu marido justamente pois nossas relações anteriores só nos trouxeram sofrimento, anulação, não eram fáceis e love is easy. Hoje tenho certeza disso pois vivo o que considero ter sido o meu maior grande amor até hoje. E detalhe, foi o que menos sofri.
Nossa, concordo totalmente. Amor não é pra ser sofrimento, a vida não é uma novela mexicana.
Adorei o texto.
Concordo, amor é pra fazer feliz, mas acho que há dois pontos de vista sobre o que vc escreveu: o sofrimento pelo término de uma relação e o sofrimento durante uma relação. Nenhum dos dois serve para diferenciar a quantidade de amor, claro, mas o primeiro ponto seria um amor que existiu e terminou e no segundo ponto um amor que nunca existiu/ uma relação que nunca foi realmente envolta em tal sentimento.
Eu nunca namorei, mas já amei. E falar de amor é complicado mesmo, mas adorei o post! Não sei se já comentei antes, mas uma das coisas que mais curto no que você escreve é a sua sinceridade em qualquer assunto. Deixa o post com outra cara! ^^
Oi Mih, simplesmente amando ler seus textos….acabo refletindo muito e parando pra pensar em muita coisa na minha vida…obrigada por compartilhar um pouquinho de vc com a gente! Beijocas! 😉
Oi Mih! Adorei o texto! Me fez refletir sobre. Andei pensando sobre relacionamentos passados ultimamente, e eu tinha essa ideia errônea tmb, de que sofreu mais, doeu mais, amei mais. Pensava, acho que ainda penso, assim de um relacionamento meu passado, que durou 5 anos, e já fazem 5 anos que acabou (OMG), e ainda me pego pensando sobre. Acho que foi muito sofrimento, e acabei confundindo com o amor. Acho que vou olhar pra isso diferente agora, pois afinal estou em um relacionamento que vai fazer um ano e estou bem! hehe Tagarelei bastante! hahaha Bjão!
O perigo de acreditar que só é amor se doer é cair num relacionamento abusivo e não conseguir sair porque "ah, amor é assim mesmo".
Seu texto casou certinho com o meu estado de espirito, porque estou numa semana daquelas que te faz acreditar que amor é sofrimento e, na boa, já tem sofrimento demais na minha vida, não quero amar, não.
Estou tentando acreditar que amor é essa outra coisa, que não faz sofrer mais do que as coisas banais do dia a dia.
Mas isso que você disse sobre sempre nos lembrarmos dos momentos de dor e nem sempre dos de alegria faz todo o sentido.
Sua história é tão linda, Mi ♥
Make it simple, deveria ser regra, quando falamos sobre relacionamentos, né? 🙂
Ah, sua linda! ♥ Muito obrigada e to amando você comentando aqui! Me faz lembrar dos nossos tempos de McFLY e fanfics! Saudades 🙂
Obrigada você por me contar isso, Erika <3 fico feliz que meus textos te faça pensar em algumas coisas :))
HAHAH adoro comentários tagarelados!
É normal, Kate! Como eu disse, acho que por termos sofrido – e nesse caso, a dor parece física, de tão intenso – a gente pense que aquilo fez ser mais intenso, mais forte, enfim. Mas não. Foi sofrimento e a gente é quem peca por confundir isso com amor.
Mas que bom que curtiu o texto. E espero que logo logo não tenha resquício algum de dor nesse coração 🙂
Exatamente, Nat! Amor não faz sofrer e a gente não pode nunca ficar contente com algo assim. Parece conselho de vó, mas "antes só do que mal acompanhada". E acredite: é verdade.