Na semana passada, eu fiz aquela corrente no Instagram em que você se propõe a dar conselhos sobre qualquer coisa, para qualquer pessoa. Entre as várias mensagens que recebi, uma delas me chamou a atenção e, sem dar nome aos envolvidos, vou compartilhar aqui na íntegra, afinal, é por causa dela que você está lendo esse texto, hoje.
A mensagem era a seguinte “Conheci uma pessoa que é incrível. Tem uma boa posição no trabalho, se demonstra interessado, me trata bem, mas…Eu acho que não mereço. É sempre aquela sensação de que não mereço pessoas legais”.
Eu não sei você, cara leitora ou leitor, mas eu já vivi muito essa situação. A de que eu não merecia pessoas legais. A de que o drama faz parte de qualquer relacionamento. A de que “se é fácil demais, alguma coisa está errada” e vários outros pensamentos que já estão tão enraizados em nossa mente que parar de focar neles é quase impossível. Pois é. Dias depois, como em um golpe lindo de alinhamento cósmico, na segunda-feira, fui jantar com meu amigo Akira e estávamos falando sobre o meu atual relacionamento. Ele, em tom de piada, me disse a seguinte frase: “Finalmente entendeu o valor que você tem? O que aconteceu que agora você está com alguém que realmente te merece?”. Entre risos nervosos e hashizadas (?) de poke, sorri e respondi um tímido “pois é”.
Então, cá estamos.
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Dificilmente esse texto mudará sua vida ou te fará parar de se autossabotar e/ou entender que merece os amores mais lindos do mundo. Mas eu espero que, com ele, você consiga entender que não merece viver só histórias com finais ruins. E que no final, a frase que o professor Bill diz para o Charlie em “As Vantagens de Ser Invisível” é quase a verdade universal que revela o mistério da vida:
“Nós aceitamos o amor que achamos merecer”.
Quando fui responder o tal conselho pedido, na brincadeira que falei ali em cima, lembrei muito do meu próprio processo ao entender quem eu era, o que eu queria e o que eu merecia, de fato em relações amorosas. E adivinha à qual conclusão eu cheguei? Isso mesmo, aquela que a gente lê em 30/30 textos de autoajuda: que o primeiro amor que temos que construir é o amor por nós mesmas. E isso a gente vai conseguir como?
Isso mesmo.
SO-ZI-NHAS.
E o motivo pra isso é o mais simples de todos: é que só depois que entendemos o nosso valor, nossas vontades, os nossos pontos-fortes e aprendemos a lidar com nossos demônios, é que conseguiremos ter discernimento (eu usaria a palavra “paciência”, mas vamos colocar discernimento, vai) para encontrar um alguém. É só depois de estabelecer uma relação legal com você mesma que você estará realmente pronta para entrar de cabeça em um namoro.
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É tão besta, né? Você pode até estar bufando agora, dizendo “eu não acredito que li tudo isso para alguém me dizer, de novo, que se eu não amo a mim mesma, como diabos eu vou amar outra pessoa! Eu assisto RuPaul, sabe?”. Mas por mais que a gente diga e repita e diga de novo, a gente esquece que a companhia que a gente mais tem que curtir no mundo, é a nossa. O que vier depois, tem que ser ainda mais incrível que a gente.
E então, a gente entende o que merece.
É um processo longo. Às vezes a gente cruza com uns amores meio bosta. Às vezes a gente dispensa pessoas incríveis. Às vezes a gente só quer entrar num casulo e nunca mais sair… Mas faz parte. Como vi numa tirinha hoje, “estar sozinho é o primeiro passo para nunca mais estar”. E é isso mesmo. Quando você aprende a amar sua companhia, você só vai querer se relacionar com alguém que seja tão boa quanto ela, tão incrível quanto você e que não te dê um grão a menos de tudo o que você merece. E vai por mim, você merece todo o amor que tenta dar aos outros.
É só se lembrar de guardar um pouquinho dele pra você 🙂
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