Estávamos em três. Três mulheres bonitas, inteligentes, engraçadas, agradáveis e completamente diferentes, porém, com uma característica em comum: uma autoestima balançada porque o boy não tinha respondido uma mensagem. Nos sentamos no chão, em círculo, com uma garrafa de catuaba em uma das mãos, um cigarro de blueberry na outra e várias conversas ao fundo. Após um gole profundo na bebida, começamos, as três, a enumerar as qualidades da amiga ao lado e os motivos que podiam ter feito com que o carinha não tivesse mandado mensagem. Teria sido deprimente se o álcool e o cheiro de blueberry na fumaça que nos envolvia não estivessem fazendo seus deveres.
Começamos o estudo de caso. Nesse momento, a gente realmente enumera possibilidades, faz um verdadeiro estudo sobre a vida do cara e, pronto, desvendamos o motivo que fez com que ele tivesse receio de mandar ou retornar uma mensagem. “Você é muito bonita pra ele”, “Você é muito livre e ele é muito fechado”, “Amiga, ele tem medo de se envolver”, “Você é muito independente”. Teorias embasadas única e exclusivamente pela nossa ótica sobre uma terceira pessoa que, no momento em que está sendo estudada, muito provavelmente está com outra. Ou maratonando uma série na Netflix, porque a gente não precisa ser necessariamente trocada para não ser desejada.
Eu sei, é difícil parar, respirar e entender que o que tá rolando não tem a ver com medo, e que não é que somos incríveis demais e nem nada do tipo, que não fomos respondidas ou procuradas. A resposta para todo esse dilema é tão simples que, por sua facilidade, passa despercebida. O cara não mandou nada porque o cara (só) não quer. Oras.
Eu sei que dói se sentir rejeitado. Fere nossa autoestima assumir que o interesse não foi mútuo, né? O problema é que a gente faz disso, de fato, um problema e deixamos que isso interfira em nossa autoestima, confiança e amor-próprio. Uma outra pessoa não se sentiu atraída por você, ok, mas o que você tem que entender é que isso só diz respeito a ela. O problema não é você, seu cabelo colorido ou sua independência. O problema não é você, assim como também não é a pessoa.
Vamos ser sinceras: quantas vezes não foi você a pessoa que não respondeu uma mensagem imediatamente, não sentiu uma preguicinha quando alguém ficou completamente interessado por você e quantas vezes você não inventou um compromisso inadiável só para não ter que repetir um encontro? Então. É meio egoísta a gente pensar que todo mundo que a gente curtir, tem que nos curtir na mesma intensidade. A gente esquece que uma série de fatores entram em jogo quando o assunto é romance: entra química, entra timing, sintonia e identificação. Quando essas coisas rolam, imediatamente nos esquecemos que não precisamos da aprovação de ninguém pra continuarmos sendo lindas, inteligentes, interessantes, divertidas e todos os outros adjetivos maravilhosos que nós merecemos.
A gente esquece de tuuuudo isso, mas estou aqui justamente pra te lembrar, tá?
Quando você começar a surtar porque o potencial amor da sua vida não estiver te demonstrando o interesse que você merece, poupe sua energia e lembre-se de que você não tem que mudar nada em você e que o motivo pelo qual isso tá rolando não é algo que tenha feito. É só isso aqui, ó:
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