Balanço

por | jan 2, 2018 | Pessoal | 3 Comentários

A primeira coisa que postei no Facebook, em 2017, foi uma frase do Neil Gaiman, em que ele diz: 

“Hug too much. Smile too much.
And, when you can, love”.

E, como eu disse nesse texto aqui, foi exatamente o que eu fiz.
Em 2017, eu amei em toda oportunidade que tive. 
Janeiro começou em companhia da Camila, minha amiga de Araçatuba. Foi a primeira vez, em quase dois anos, que eu tirei um dia inteiro só para conhecer São Paulo. Me apaixonei pelos prédios cheios de histórias do centrão, me encantei com o tamanho da Catedral da Sé e fiz todo um roteiro turístico que há tempos eu ensaiava.  
Em fevereiro, tive o melhor carnaval da minha vida. Grande parte das minhas melhores amigas ficaram em casa e foi a melhor coisa do ano inteiro. Ainda que eu tenha sido roubada e ficado sem celular por um tempo, foi tudo muito incrível, desde o processo de montar as fantasias, até o bloquinho, de fato. Me aproximei ainda mais de pessoas que sempre foram importantes e poderia até dizer que isso foi o preview do que seria o restante do ano: laços confortavelmente apertados. 
Pat e eu, em um dos dias de carnaval
Em março, eu mudei de emprego. Sai de um lugar que eu realmente amava o que fazia e trabalhava com uma das minhas melhores amigas, para um lugar que poderia me ensinar coisas diferentes – e, desde o início, minha mudança para São Paulo foi motivada pela procura de crescimento profissional. Contrariando minha mãe que me disse mil vezes para “não trocar o certo pelo duvidoso”, fui. E não me arrependi.
Em abril, conheci uma pessoa que me fez relembrar sentimentos que eu não sentia há, pelo menos, dois anos. Me lembrou da leveza dos começos de relacionamentos, da delícia das descobertas de outro alguém. Do quanto era gostoso fazer planos e de receber mensagens bonitinhas sem esperar. Ali, eu relembrei as borboletas no estômago, o rosto corando com o olhar correspondido e todos os outros clichês românticos que tanto gostamos. Em abril, me apaixonei de verdade. 
Em maio, do céu, eu fui ao inferno – e, talvez não coincidentemente, maio é o mês do meu inferno astral. Tive problemas pessoais, financeiros, amorosos e tudo o que parecia certo, de repente, desandou. Como acredito mesmo nessas coisas astrológicas, eu escrevi uma nota, em um dos meus cadernos, sobre o que foi aquele mês: “Inferno Astral é igual ano 9: tira da sua vida tudo o que é para ser seu. A gente, na hora, não entende – mas não demora pra fazer sentido: tanto a dor, quanto o rompimento“. Em maio, fiz 25 anos e, por sorte, pude comemorá-los ao lado de pessoas incríveis. 
Em junho, meu “pseudo-relacionamento de três meses” acabou e, com ele, um dos planos que fiz lá atrás: uma viagem para Porto Alegre. Com as passagens compradas e sem nenhum roteiro alternativo traçado, decidi ir de qualquer forma. Acionei amigos virtuais do passado e outros gaúchos semi-conhecidos e fui. E foi incrível! Tanto a viagem, que contou com a participação de pessoas que se tornaram muito importantes, depois disso, quanto o simples fato de me desafiar a cumprir um plano traçado a dois, sozinha. Foi em junho que percebi o quanto eu sou feliz comigo mesma. Em junho, eu me amei mais que qualquer outra pessoa. 

Redenção, Porto Alegre. A minha primeira viagem 100% sozinha


Em julho, eu fiquei amiga de uma das pessoas mais queridas que já conheci na vida e que me mostrou que eu não estou sozinha em São Paulo, não. A Fernanda não só se fez presente como nenhuma outra pessoa fazia, como me trouxe outras pessoas incríveis a quem eu posso recorrer em qualquer situação, seja urgência ou um convite sem vergonha pra ver filme ruim no cinema. Foi ali que começamos o que, apesar de chamarmos de squad, é na verdade uma grande família.
Em agosto, eu me reaproximei do amor de abril, mas na condição de esclarecimentos, conclusões e encerramentos de ciclos. Lavamos roupas sujas e tivemos uma finalização linda, carinhosa e gentil. Apesar de importante, essa não foi a melhor notícia do mês oito, não. Em agosto eu tive a confirmação de que teria um livro publicado pela Companhia das Letras e, consequentemente, um dos meus maiores sonhos de vida sendo realizado. Para encerrar as grandes emoções do mês em grande estilo, em agosto, também, descobri que seria tia pela segunda vez. 
Em setembro, eu conheci outra pessoa importante que me fez exercitar minha empatia para alguém que tinha problemas similares – ou até piores, às vezes – que os meus. Também foi o mês em que eu comecei a correr, consegui atingir 5k, mas parei dois meses depois 🙁

Em outubro, eu realizei outro sonho de vida, que foi ver um show do Paul McCartney. Mais uma vez, fui sozinha e, de novo, foi incrível. Vivi o show do meu beatle favorito em sua totalidade e vê-lo foi uma experiência que eu tenho certeza que lembrarei até quando for velhinha.
Em novembro, uma grande amiga que a internet – e a Kipling – me deu, me fez a pessoa mais feliz do mundo com um presente extremamente sensível, que foi o ingresso do show do Sigur Rós. Esse show e o fato de eu tê-lo ganhado de alguém tão especial, como a Mari, foi uma das coisas mais lindas que eu vivi na vida.

Em dezembro, eu tive a constatação de que minha autoestima nunca esteve tão boa e isso me fez imensamente feliz. Terminei uma relação que era gostosa, mas não me oferecia a profundidade que eu queria. Finalmente eu disse não a um amor que me foi oferecido, por saber que eu merecia mais. Em dezembro eu recebi minha família em São Paulo, realizei o sonho da vida do meu pai, que era conhecer o estádio do Corinthians, e tive um Natal realmente incrível.

Em 2017, eu aprendi a amar.
A me amar. 
E essa foi a lição mais linda que eu poderia ter aprendido. 
Sem querer, eu segui à risca a primeira frase que postei no ano. 
E que bom. ♥
Feliz ano novo, gente! 🙂

You May Also Like…

Sobre a lembrança e sobre a memória

Sobre a lembrança e sobre a memória

1. Quando criança, eu amava assistir a fita VHS do meu aniversário de 3 anos. Era uma festa no quintal de casa que reunia toda a minha família e algumas várias crianças do bairro. O tema era da Chapeuzinho Vermelho. Eu estava com um vestido vermelho e branco, com um...

3 Comentários

  1. Ana Mattos

    Que ano lindo lindo lindo lindo! <3
    Sabe esses posts que a gente lê e sente até um quentinho no coração? Esse foi um deles! 2017 foi um ano bem difícil para mim e talvez por isso eu me sinta tão feliz em saber que outras pessoas tiveram experiências melhores! Que 2018 nos traga 12 meses de muito aprendizado, crescimento e amor!

    Responder
  2. Marina Espindola

    Amei! 2017 foi um dos nos mais desafiadores que eu já passei, não sei se consigo ter uma visão assim tão positiva de tudo que ele trouxe. Talvez até seja, mas tenho dificuldade de ver assim, sabe?

    Feliz ano novo, Mi! ♥

    Responder
  3. Tany.

    Porra, que ano. De certa forma, vivemos anos muito parecidos no quesito amoroso seja ele por alguém e por ti mesma, mas acima de tudo existiu uma evolução e no final, isso que importa. Aprender a se amar, amar aqueles a sua volta, inclusive a nossa cidade, e amar a vida do jeito que ela é apesar de algumas coisas… é lindo. Abraçar o que te é entregue e ver sempre o lado positivo disso é um dom. É uma visão que todos deveriam ter mas não tem.
    Você me inspira demais. Sempre. 🙂

    http://www.paleseptember.com

    Responder

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *